Monday, December 18, 2006

ECS 11 - MEU RESUMO DO QUE LI SOBRE AS DESIGUALDADES EDUCATIVAS NO BRASIL E MINHAS REFLEXÕES:
A escola é distribuída desigualmente no Brasil, o que não é coerente com o que diz o discurso demagógico de nossos políticos quando enchem a boca para falar de "Educação igual para todos". Essa distribuição desigual acentua as diferenças sociais, comprometendo a longo prazo o desenvolvimento científico, econômico e social de nosso país. Mesmo que o Sistema Educacional Brasileiro tenha progredido nessas últimas décadas com um aumento notório da escolarização e na diminuição do analfabetismo, a Educação no Brasil, ainda, deixa a desejar.
A rede pública acolhe a maioria das crianças brasileiras e a rede particular é frequentada, na sua maioria,pelas crianças de classes abastadas, oferecendo um ensino com mais recursos tecnológicos e pedagógicos, remunerando melhor o seu professor, bem como um espaço físico condizente e articulado para a sua demanda.
A qualidade da rede pública brasileira depende da boa vontade das políticas educativas dos governos municipais, estaduais e federais.
Os pais de alunos de classe média baixa ou alta quando tiram seus filhos da escola pública para matriculá-los na escola particular estão em busca de qualidade de ensino, pensando na acessibilidade de seu filho nas melhores universidades através do vestibular.
Muitas vezes, não mantêm seus filhos nessas escolas por não conseguirem pagar suas mensalidades.
O acesso na escola particular não é possível para todos, tudo depende do seu poder de compra.
As crianças advindas de famílias pobres vão para as escolas públicas. Muitas delas abandonam a escola para ajudarem a sua família na sua sobrevivência.
O desempenho dos alunos em escolas de rede pública e particulares apresentam diferenças gritantes.
O salário dos professores da rede pública são bem inferiores aos pagos aos professores da rede particular.
Há, também, no Brasil uma grande disparidade educacional entre as regiões brasileiras, onde a Nordeste apresenta a educação mais degradada.
Em virtude do alto teor de exigência do vestibular da universidade pública, é quase impossível nelas estarem estudantes advindos da rede pública . Ela é formada praticamente de alunos vindos da escola particular.
É bom para o futuro do Brasil que algumas medidas estejam sendo tomadas para garantir o acesso de pessoas pobres à universidade como: o Prouni que oferece bolsas parciais e integrais para alunos carentes nas universidades privadas, tendo acesso a bolsa os melhores colocados no ENEM(Exame Nacional de Ensino Médio). Esse programa, também, reserva partes da vagas para negros e indígenas, perante comprovação de renda percapta de 1,5 salários mínimos para bolsa integral. Portadores de necessidades especiais e professores da rede pública de educação básica em exercício e integrantes do quadro permanente têm direito a essa seleção nos cursos de licenciatura e pedagogia. Quero referenciar as boas iniciativas que garantem o acesso das crianças brasileiras à educação básica: o FUNDEB, a valorização do ensino técnico, a ampliação do ensino fundamental de 8 para 9 anos e a Bolsa Família.
Minhas reflexões:
* Como que o ensino da universidade pública é público e gratuito quando os que mais precisam não têm acesso a ela?
* Até que ponto nossas escolas não estão alimentando e reproduzindo as desigualdades sociais à medida que não desenvolvem os projetos educativos de que nossas comunidades tanto precisam como: Reciclagem do Lixo, Meio Ambiente, Educação Sexual,...?
* Concordo que nós professores da rede pública somos mal remunerados, mas será que alguns não estão muito bem pagos pela sua falta de compromisso com a aprendizagem de seus alunos e pela baixa qualidade de seu trabalho em sala de aula?
* Por que a qualidade do ensino só é merecida por alunos cujos pais possam pagar por ela?
* Será que a desigualdade de ensino não seria também um problema derivado da má gestão do dinheiro público?
* Que interesses estariam por trás da falta de investimento numa escola pública de qualidade para a classe popular brasileira?

1 Comments:

Blogger Fátima Westeuser said...

Olá Roselaine,
Li e gostei desse teu ensaio, percebi que fizestes muitas reflexões sobre o tema em questão. Chamou-me atenção uma colocação que fizestes sobre o ingresso de alunos do ensino médio da rede pública em Universidades públicas. Apesar de haver muitos comentários sobre a dificuldade de ingresso nessas universidades, o número de alunos advindos da rede pública, na nossa universidade por exemplo, é grande. É verdade que nos cursos de Medicina, Direito e Arquitetura (principalmente), a maioria dos alunos que ingressam, têm melhores condições financeiras – mas ainda assim, apesar de representarem a maioria, não representam a totalidade. No entanto, em outros cursos da nossa universidade, há um número significativo de alunos advindos de escolas públicas e de classes menos privilegiadas economicamente.
Realmente, com o ensino fundamental e médio de baixa qualidade, fica mais difícil entrar numa Universidade Pública, no entanto, recursos financeiros não garantem uma melhora na qualidade do ensino público, assim como ensino público não é sinônimo de baixa qualidade. Concordo contigo, quando falas que há uma grande defasagem financeira na educação brasileira, mas acredito que nós, profissionais da rede pública, devemos nos conscientizar da importância do comprometimento que nosso trabalho exige, reivindicando é claro, maiores investimentos financeiros para a educação, mas dando a esse fator (financeiro) o devido valor, não deixando de lado, mas também não supervalorizando. Diante disso, fizestes EXCELENTES reflexões, sendo coerente, comentando sobre os baixos salários da nossa profissão, mas chamando atenção para a “falta de compromisso” de alguns.
Quando falas sobre “lixo, meio-ambiente, educação sexual...” vejo representado esse comprometimento do qual eu falava anteriormente, pois esses projetos educativos, como chamastes, podem (e devem) serem trabalhados nas escolas, e não requerem muitos recursos financeiros, mas demandam interesse, envolvimento e compromisso por parte dos profissionais envolvidos no processo educativo.
Fizestes ainda uma provocação ao leitor, em relação aos possíveis interesses que podem estar envolvidos no baixo investimento na educação, o que considerei muito interessante e adequado.
PARABÉNS, fizestes um ótimo trabalho.

2:44 PM

 

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